Crise! Que crise?

Postado por Mario Brandão, que é proprietário de uma Lan House, Admistrador de Empresas, Membro da Mensa Brasil e Presidente da Associação Brasileira de Centros de Inclusao Digital - ABCID (www.abcid.com.br).

Parece provocação quando tenho essa resposta ao conversar com algum proprietário de um BOM estabelecimento de acesso à internet, conhecido com lan house ou cyber café.

E embora isso não pareça se relacionar ao tema, alguns comparam essas grandes crises a cataclismas, tsunamis mundias que arrasaram economias inteiras, e embora eu não seja do grupo que ache que é apenas uma marolinha, sou obrigado e me posicionar na linha mediana, não mediocre, que crê que toda crise econômica se assemelha a um vendaval.

Em um mercado de varejo, como é essencialmente o nosso, os efeitos de grandes crises são sentidas de maneira diferente. o aperto ao crédito é um ponto básico, mas quem acha que um espaço desses tem crédito facilitado comete um ledo engano.

Retração no consumo acontece, mas se o mercado varia em 20%; quem vendia muito, continuará vendendo muito e quem não, continuará variando sobre pouco.

O fato é que, ao contrário do que se pensa, ter um espaço como esses no Brasil, enfrentando de maneira dobrada o que é chamado custo Brasil, tendo acesso duplamente dificultado a crédito barato, tendo dificuldades legais aumentadas por erros na definição das politicas públicas no que tange ao trato com a tecnologia, não é, definitivamente, viver em uma calmaria.

Nosso negócio tem características que me permitem inferir que a mesma regra que vale a quem observava os estragos de um furacão, valem para a gente, quem fez construções solidas e fundamentadas em boas estruturas, e quando digo isso, não falo de computadores de ultima geração e ambientes climatizados com portas de aeroporto. Falo de serviços diversificados, atendimento qualificado e responsabilidade social, pois quem tem essas e outras boas bases, após uma grande tempestade assiste a crise da mesma forma que o porquinho que fez a casa de alvenaria assistia ao lobo soprar.

Não chego a dizer que crises são a oitava maravilha do mundo, mas elas são, no mínimo, necessárias, separam o joio do trigo, mostram os fundamentos sobre os quais seus negócios foram estabelecidos. E talvez, o excesso de dificuldades a que o nosso mercado tenha sido submetido em sua fase embrionária, tenha trazido essa consequência positiva, o aprender a viver sob a adversidade. Quem tem uma lan ou cyber hoje, que funcione há pelo menos 3 anos, não vê na crise um problema, apenas assiste com um sorriso no canto dos lábios a concorrência que não se preparou, chorando e culpando o tempo por não ter feito sua lição de casa.


Vejo de maneira positiva também o mercado publicitário buscar soluções criativas para demandas criadas a partir da saída da zona de conforto de muitos anunciantes, e com alegria vejo que cada vez mais publicitários vislumbram as potencialidades de operar com um mercado de 90 mil casas, onde através de um milhão de máquinas (10,6 micros por estabelecimentos) pode se fortalecer marcas e gerar hábitos de e-consumo, principalmente de e-commerce, e-health, e-learning e e-Gov em seus 25 milhões de frequentadores (www.cetic.br/usuarios/tic/2007/rel-int-04.htm).


Crises são as melhores oportunidades para se mostrar de que os empreendedores são feitos, tanto os das lan houses, como de quaisquer outros negócios.

Legal